O Detetive Zack e os Segredos na Areia

Detetive-zackZack é um garoto esperto e o mais velho de seus irmãos Alex e Keyla, por isso embarca numa viagem fascinante para o Cairo, no Egito. Lá ele e seu pai vão descobrir mais sobre os heróis do Antigo Testamento. A viagem fica ainda mais legal quando Zack faz amizade com Achmed, o filho do guia que os conduz no passeio. Junto com eles vai o Dr. Doone, um arqueólogo amigo do pai de Zack, que aproveita a situação para explicar sobre arqueologia para o menino, que fica muito curioso. Eles também aproveitam a viagem como lazer e visitam as famosas pirâmides do Egito e a esfinge. Zack adorou andar de camelo pra lá e pra cá, por onde os heróis da Bíblia passaram. Acampando em tendas de pele de cabra ou andando de camelo, ou até mesmo visitando pirâmides, Zack aprende bastante. Com certeza, foi uma viagem inesquecível.

O que eu mais gostei nesse livro da Casa Publicadora Brasileira foi a parte em que o Dr. Doone explica sobre José, o jovem hebreu que foi vendido como escravo aos egípcios. O livro tem 126 páginas e dá para ler rapidinho. Recomendo!

Marcella Borges

Harvard, MIT e Museu de Ciências de Boston

00Em outubro de 2013, fui convidado a dirigir uma semana de oração (série de pregações) na cidade de Worcester, a 75 km de Boston, no estado de Massachusetts. Foi minha primeira viagem aos Estados Unidos e minha primeira oportunidade real de “gastar” um pouco do meu inglês de escola. Do Brasil até Miami, foi tranquilo. Muita gente falava espanhol. Mas no voo de Miami a Boston bateu aquele friozinho na barriga. “Agora não tem jeito. Se alguém puxar assunto comigo ou se eu tiver que pedir alguma informação, vai ter que ser.” E foi. O negócio é controlar o medo e meter a cara mesmo. Deixar a vergonha de lado e, se necessário, pedir: “Can you repeat, please?” Worcester (pronuncia-se “Uuster”) tem pouco menos de 200 mil habitantes e é a segunda maior cidade da Nova Inglaterra, no Nordeste dos Estados Unidos, ficando atrás apenas de Boston. Apesar de não muito grande, a cidade tem várias faculdades e universidades, destacando-se a Clark University, onde ensinaram Franz Boas, Robert Goddard e Albert Abraham Michelson. Sim, Michelson. O cientista que inspirou meu nome, quando minha mãe, grávida de mim, folheava uma enciclopédia científica. Na Clark University foi fundada a American Psychological Association, por G. Stanley Hall.

Durante a semana de pregações, pude visitar de dia alguns lugares, como a bela estação de trem da cidade (Union Station) e o Worcester Art Museum, onde descobri que o criador da mundialmente famosa carinha amarela com um sorriso (o smiley) era cidadão “worcestiano”. Na década de 1960, o designer Harvey Ross Ball foi contratado pela companhia de seguros State Mutual Life Assurance com o objetivo de desenvolver uma campanha para combater o ambiente depressivo da cidade. Assim nasceu a carinha amarela que passou a estampar o crachá dos funcionários. Reza a lenda que Ball não levou mais do que dez minutos para criar a carinha e recebeu 45 dólares pelo desenho. Se ele soubesse o sucesso que ela faria…

Na quinta-feira, um amigo, membro da igreja na qual eu estava pregando, me levou até Boston e pude realizar um sonho: conheci a Universidade de Harvard e o Massachusetts Institute of Technology, o aclamado MIT (na verdade, ambas as instituições ficam na cidade de Cambridge, ao norte de Boston). Confesso que foi emocionante entrar pelo Johnson’s Gate, portão construído em 1890 e a primeira estrutura que usou o “tijolo vermelho de Harvard” que serviu de base para as construções futuras. A Universidade Harvard é mais antiga instituição de ensino superior dos EUA, com seus prédios vermelhos e amplos jardins, na época com as árvores desfolhadas, prenunciando o inverno. Ali estudaram oito presidentes norte-americanos, entre eles Barack Obama, George W. Bush e John Kennedy, além de alguns dos políticos e intelectuais mais importantes da História.

Depois de dar uma rápida olhada na Widener Library (a terceira maior biblioteca dos EUA, que lamentei não poder visitar por absoluta falta de tempo), entramos no Centro de Ciências da universidade, construído em 1972. O computador Mark I, considerado um dos primeiros fabricados no mundo, fica ali nesse prédio.

Entramos também no Memorial Hall, construído em 1878 para homenagear os soldados que morreram na Guerra Civil Americana. No Sanders Theatre, ao lado, pudemos até assistir ao ensaio musical de alguns alunos de canto lírico. Bom demais!

A última parada no campus (obrigatória, diga-se de passagem) foi na estátua de John Harvard, esculpida em 1884. Dizem que é a terceira estátua mais visitada dos EUA, ficando atrás da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, e do Lincoln Memorial, em Washington, DC. Ela também é chamada de estátua das três mentiras, devido à inscrição no pedestal: “John Harvard. Fundador. 1638.” Na verdade, o rosto da estátua não é de Harvard, pois todos os retratos dele foram destruídos num incêndio em 1764. O escultor usou um estudante como modelo. Além disso, a Universidade de Harvard não foi fundada por John Harvard e sim pela Assembleia Estadual de Massachusetts. Harvard, que era um pastor congregacional calvinista inglês, fez uma grande doação à universidade, sendo por isso homenageado. A última mentira consiste na data de 1638. Na realidade, a Universidade foi fundada em 1636.

O pé esquerdo da estátua é polido de tanto que as pessoas passam a mão nele e o seguram para tirar fotos. Dizem que dá sorte, ou algo assim. Não acredito em sorte, mas, para manter a tradição, segurei o tal pé e tirei uma foto também.

Depois de entrar numa livraria, onde comprei um livro e um boné, fomos para o celebrado MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, uma universidade privada de pesquisas inaugurada em 1916. A entrada, com sua grande cúpula e colunas imponentes, fica em frente a um amplo gramado ladeado por prédios que homenageiam grandes nomes da ciência, como Newton, Copérnico e Galileu. O campus tem 68 hectares e se estende por 1,6 quilômetro ao longo da margem norte da bacia do rio Charles. O MIT tem cinco escolas e uma faculdade com mais de 30 departamentos, e é frequentemente citado como uma das melhores universidades do mundo. Até o ano passado, 85 ganhadores do Prêmio Nobel tinham estudado ali. Wow!

Visitamos alguns laboratórios (fiquei surpreso com a facilidade de acesso a eles) e, quando estávamos nos retirando, conversamos com um rapaz de traços orientais e cabelos longos que testava o giroscópio de um drone no gramado em frente ao prédio da cúpula. Vimos na prática a execução de um projeto dos muitos alunos genais do MIT! “Tarefinha de casa” básica…

Atravessamos a Memorial Drive, em frente à universidade, tiramos algumas fotos do Charles River e da cidade de Boston e fomos almoçar. A fome apertava e resolvemos parar numa lanchonete. Comemos nossos sanduíches naturebas e nos dirigimos ao Museu de Ciências de Boston, última visita do dia.

Ali há fósseis de dinossauros (como o de um triceratops, descoberto em 2004) e modelos de dinossauros em tamanho real. Mas o ponto forte mesmo é a interatividade. No Museum of Science os visitantes têm muito contato com as geringonças em exposição e podem fazer diversas experiências que possibilitam o aprendizado da ciência na prática. É excelente para levar as crianças (mas, infelizmente, as minhas não estavam lá…). O tempo era curto para visitar tantas exposições (700 ao todo). Daria para ficar o dia todo ali e seria pouco.

Começava a escurecer e o trânsito se intensificava. Precisávamos voltar a Worcester. Antes demos uma última volta pela Newbury Street para ver os famosos prédios bicentenários em estilo europeu feitos de tijolos vermelhos. Um verdadeiro charme e uma sensação de volta ao passado.

Foi um passeio que realmente valeu a pena, de deixar qualquer amante de cultura com um smiley no rosto.

Michelson Borges

Toda criança é especial

TaareZameenParContam-se nos dedos os bons filmes produzidos por Hollywood. Infelizmente, o mesmo pode ser dito de Bollywood, a indústria de cinema indiana. Por isso, é uma grata surpresa se deparar com pérolas raras como o filme “Como Estrelas na Terra – Toda criança é especial” (“Taare Zameen Par – Every child is special”, no original, lançado nas salas indianas no fim de 2007). O filme rapidamente conquistou uma legião de admiradores na Índia e no mundo, recebendo os prêmios de melhor filme e melhor ator pela crítica, além do prêmio de melhor direção, para Aamir Khan, e de melhor letra de música pelo Filmfare Awards. “Como Estrelas na Terra” revela extrema sensibilidade e consegue captar a magia do universo infantil, mostrando que crianças são crianças em qualquer lugar do mundo. A história é centrada em Ishaan Awasthi, de 8 ou 9 anos de idade, que sofre com dislexia, dificuldade de aprendizado e, pior, incompreensão. O filme contrasta o mundo massificante orientado para o capitalismo com a valorização do indivíduo, com suas diferenças, virtudes e defeitos.

Incapazes de lidar com o “filho problema”, os pais de Ishaan resolvem matriculá-lo num colégio interno. Ali o garoto se fecha ainda mais em seu mundo depressivo. Com saudades da família e oprimido por professores insensíveis, o menino começa a “morrer” aos poucos.

Mas tudo muda quando um professor de arte substituto chega ao colégio e percebe que há algo de errado com Ishaan. Tem início, então, a aventura de “ressuscitar” o garoto que, na verdade, se revela um gênio da pintura.

É um filme emocionante, bem feito e que vale a pena ser visto por toda a família.

Michelson Borges

Celebration, Flórida: celebrando a beleza

celebration
Influência da arquitetura alemã

Nos dias 12 a 18 deste mês, estive em Orlando, na Flórida, fazendo a cobertura jornalística de um grande evento na área de saúde, organizado pela Igreja Adventista mundial. Entre palestras e workshops, quase não tive tempo para outra coisa senão entrevistar pesquisadores e escrever matérias. Mas no domingo o evento teve fim às 12h e meu voo sairia às 22h. Portanto, eu teria algumas horinhas para um rápido passeio. Como a base de lançamento de foguetes da Nasa ficava meio longe e ir aos parques estava fora de cogitação (até porque não pretendo conhecer esses lugares sem minha família, quando pudermos), aceitei o convite de uma amiga para conhecer Celebration. A localidade, que não chega a ter 15 mil habitantes, na verdade, não é uma cidade, mas uma propriedade particular construída por uma empresa subsidiária da The Walt Disney Company. O nome completo do local, inaugurado em 4 de julho de 1996, é Celebration Community Development District. O que se vê lá são jardins bem cuidados, ruas amplas e bem sinalizadas, parques arborizados, calçadas largas e bonitas. Tudo muito caprichado. Uma verdadeira celebração da beleza!

A arquitetura da cidade revive o fim do século 19, pois, de acordo com uma pesquisa realizada pela Disney, esse estilo arquitetônico foi indicado pelos norte-americanos como o que melhor traduz o espírito do país. Quem quiser construir uma casa ali precisa seguir modelos pré-aprovados, cujos estilos vão do Vitoriano e Mediterrâneo até o Colonial. E os moradores assinam um termo de compromisso pelo qual assumem a responsabilidade de cuidar bem dos jardins da sua residência.

Em Celebration é fácil de se ver os segways (vi uma família inteira passeando nesses “brinquedos”) e pequenos carros elétricos chamados NEVs. Os eventos da comunidade acontecem na downtown durante todo o ano, com destaque para a época de Natal, quando fazem cair neve artificial na rua do mercado. As duas ruas principais que atravessam o centro da downtown são conhecidas como Market Street e Front Street. Me lembrou um pouco Gramado, no Rio Grande do Sul, só que muito, muito mais bonita.

Ali naquela comunidade dos sonhos, tive também o privilégio visitar o hospital Celebration Health, cuja propriedade e administração pertencem ao Sistema de Saúde Adventista. Na verdade, um hospital dos sonhos, que mantém um tipo de parceria com a Disney. Local silencioso, com corredores bonitos que mais lembram os de um bom shopping center. Uma pequena capela convida à oração e uma academia bem aparelhada estimula uma vida de exercícios físicos – saúde integral, como ensina a filosofia adventista. Depois de atravessar jardins muito bem cuidados e lindos, chegamos à outra ala do hospital que dá para um lago. Que lugar! Alguns adventistas aproveitam a paisagem paradisíaca para fazer ali seus cultos de pôr do sol na sexta-feira e no sábado.

Celebration fica localizada em Kissimmee. Basta pegar a autoestrada I-4 e sair na 64A, que dá na U.S. 192. Depois siga na direção leste e vire à direita no segundo semáforo. Você vai ver a indicação “Celebration Avenue”.

Michelson Borges

O exemplo de superação de uma surfista

soul surfer“Soul Surfer” conta a história real da jovem surfista Bethany Hamilton (o filme é baseado no livro dela). Aos 13 anos, no dia 31 de outubro de 2003, enquanto praticava com sua prancha na praia de Tunnels Beach, a havaiana foi atacada por um tubarão que lhe devorou o braço esquerdo. Depois de escapar da morte, Bethany precisa reaprender a lidar com situações simples do dia a dia – simples para quem tem dois braços. Membro de uma comunidade cristã de sua localidade, a moça enfrenta alguns questionamentos que não chegam a lhe tirar a fé, mas a abalam sensivelmente.

Com a ajuda de Deus e da família (especialmente do pai), a jovem supera o trauma (contando também com a ajuda inesperada de crianças que foram vítimas do terrível tsunami asiático de 2004) e se torna surfista de destaque e um exemplo de vida e de fé para muita gente.

Bethany e seus pais tinham uma preocupação quando Hollywood se interessou em filmar o livro: “Eu e minha família nos mantivemos firmes no que queríamos mostrar no filme: nossa fé em Jesus Cristo”, disse ela a um jornal. “Ele realmente é muito melhor do que eu esperava. Ficamos com medo, você nunca sabe o que Hollywood vai fazer quando chegar uma história verdadeira”, disse a jovem.

Anna Sophia Robb (“Ponte Para Terabithia”), Dennis Quaid, Helen Hunt e Carrie Underwood fazem parte do bom elenco do filme que tem muita lição de vida a ensinar.

Michelson Borges

Vinte anos depois: de volta ao passado

IMG_4794Em 1995, minha esposa (então noiva) e eu passamos alguns dias na casa da família Calson, em Gaspar Alto, SC. Na época, eu estava fazendo pesquisas para concluir meu TCC sobre a chegada do adventismo ao Brasil, com o qual eu obteria o diploma de bacharel em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (em 1996). Foram dias muito agradáveis e de muito aprendizado. Tive a oportunidade de conhecer lugares históricos significativos e de entrevistar descendentes de pioneiros ainda vivos na época. Eu era relativamente novo na Igreja Adventista. Fazia apenas quatro anos que era batizado, e ter contato com a linda história da chegada da mensagem adventista ao nosso país reafirmou minha fé e minha convicção de que esse movimento é conduzido por Deus (veja este vídeo que conta parte dessa história).

Antes mesmo de um missionário ou pastor adventista pisar em nosso solo, as publicações produzidas pela Igreja estavam cumprindo sua missão (trabalho há 17 anos numa editora adventista, e isso me enche de alegria!). Pessoas sinceras passaram a ler livros e folhetos enviados de graça e que tratavam de assuntos como a volta de Jesus, a vigência do sétimo dia como repouso sagrado, o estilo de vida saudável para melhor servir a Deus, entre outros temas. A partir daquele pequeno vale entre montanhas, os primeiros missionários saíram para conquistar o Brasil e fazer dele um dos países com a maior população adventista. Foram dias de bênçãos, alegrias, lutas, suor e lágrimas. Dias que não podem ser esquecidos e histórias protagonizadas por pessoas cuja memória tem que ser preservada.

Fazia tempo que eu queria voltar a Gaspar Alto e reviver tudo isso. Fazia tempo que minha esposa e eu queríamos reencontrar o bondoso casal Calson que não apenas nos hospedou, mas me ajudou a obter as informações de que eu precisava para minha pesquisa (material que resultou, pouco tempo depois, na publicação pela CPB do livro A Chegada do Adventismo ao Brasil, hoje esgotado).

Em janeiro de 2016, conseguimos matar a saudade. Fomos a Brusque e tiramos algumas fotos no casarão do século 19 dentro do qual foi aberto o pacote contendo as revistas Stimme Der Wahrheit, a primeira literatura adventista a chegar ao Brasil. Em seguida, subimos a Gaspar Alto e visitamos o pequeno museu ao lado da igreja, entramos no templo e depois fomos ao “Cemitério da Esperança”. Mais uma vez me senti inspirado com o que vi, e senti o “sabor” de voltar no tempo: vinte anos e cento e vinte anos atrás. O tempo ali parece ter parado…

No cemitério estão sepultados os pioneiros que pediram para ficar com os túmulos voltados para o Oriente, pois a primeira coisa que querem ver após ressuscitados é justamente a nuvem de anjos que rodeia o Salvador Jesus. Ou seja, mesmo depois de mortos, esses homens e mulheres valorosos ainda “falam” da fé e da esperança pela qual viveram e na qual morreram.

Quero muito conhecer essas pessoas quando Jesus voltar!

Michelson Borges

Coragem para ser pai

CorajososÉ preciso coragem para ser pai – mas não me refiro aqui à paternidade meramente biológica. Até homens covardes e irresponsáveis podem ser pais desse tipo. No entanto, a paternidade corajosa e responsável é prerrogativa dos homens que assumem seu papel na família e na vida dos filhos. Pai corajoso é aquele que sabe que o futuro de seus filhos e a estabilidade emocional deles depende em grande medida da relação que ele mantém com eles. Pai corajoso é aquele que sabe que seus filhos o veem como modelo de virtude (ou da falta dela). Pais que assumem seu verdadeiro papel sabem que a visão que os filhos terão de Deus dependerá também em grande medida da maneira como eles falam do Senhor e se relacionam com Ele. Pais corajosos não têm vergonha de pedir perdão e mudar quando percebem estar errados. Pais de verdade amam a mãe de seus filhos e apresentam para eles o modelo de uma relação amorosa e responsável, que eles tenderão a imitar quando eles mesmos forem pais e mães. Pais corajosos sabem que não basta fazer filhos, é preciso participar da vida deles, nutri-los física, emocional e espiritualmente e devolvê-los para Deus, quando Jesus voltar. Esse é o tema do ótimo filme “Corajosos”, dos mesmos produtores de “Desafiando Gigantes” e “A Prova de Fogo”.

Esta é a sinopse no site do filme: “Quatro homens, um legado: servir e proteger. Como agentes da lei, eles são confiantes e concentrados, preparados para o pior que as ruas podem oferecer. No entanto, no fim do dia, eles enfrentam um desafio para o qual não estão preparados: a responsabilidade de ser pais. Quando uma tragédia os atinge, esses homens têm que lutar com suas esperanças, seus medos, sua fé e sua paternidade. Diariamente, Adam Mitchell (Alex Kendrick) e Nathan Hayes (Ken Bevel) enfrentam desafios variados por conta da profissão que escolheram. No entanto, outra rotina os desafia, mas para a tarefa de pai essa dupla não está preparada. Seus filhos estão ficando cada vez mais distantes e, apesar do sucesso de Adam e Nathan em cuidar da sociedade, eles não sabem como tomar conta das pessoas por quem mais têm afeto.”

Somente assista a esse filme se você tiver coragem de assumir o maior de todos os compromissos que Deus lhe outorgou.

Michelson Borges

“Lembranças servem para trazer de volta o momento. Na prática, servem apenas para demonstrar quão inadequadamente apreciei o momento quando ele aconteceu.” Joan Didion (aprecie devidamente cada momento vivido com sua família; o tempo passa rápido)

Gravidade: manifesto contra a poluição do espaço

gravidade-posterVocê consegue imaginar sua vida sem GPS? Talvez você até consiga, mas os pilotos de avião e comandantes de navio não mais. Consegue imaginar um mundo sem telecomunicações, sem telefonia para outros países ou mesmo transmissão de TV via satélite? Essas facilidades do mundo moderno podem ter fim a qualquer momento, e tudo por culpa do lixo produzido pelos seres humanos. Para chamar atenção para essa realidade (não tão exagerada quanto no filme, mas real), o diretor mexicano Alfonso Cuarón levou às telas o filme “Gravidade”, estrelado por Sandra Bullock e George Clooney. Para quem gosta de filmes espaço-siderais, um prato cheio. Para quem gosta de precisão científica, valeu o esforço dos produtores (o filme chega bem perto de retratar com precisão a realidade das viagens orbitais e os perigos envolvidos nessas empreitadas, mas não sem erros praticamente inevitáveis). Indicado a dez Oscar, “Gravidade” também traz à tona discussões filosóficas e até teológicas.

Além das filmagens praticamente sem edição, apenas com movimentos de câmera, e dos diálogos entre os dois astronautas e depois os monólogos da Dra. Ryan Stone (Bullock), que seguram o filme do começo ao fim, o que me chamou a atenção foram duas coisas mais: a fragilidade da vida humana e a necessidade de Deus, independentemente da nossa formação.

Quando três astronautas que faziam reparos no telescópio espacial Hubble são atingidos por destroços de um satélite russo, começa uma desesperada luta pela vida. E no momento em que a astronauta, cientista, racional se dá conta de que vai morrer sozinha (perdoe-me por adiantar esse detalhe), ela lamenta não ter aprendido a orar e pede para uma pessoa na Terra (cuja transmissão de rádio ela captou) orar por ela. Na solidão angustiante do frio do espaço sideral, ela se dá conta de que dentro do coração carrega um vazio ainda maior (foi minha leitura).

A fragilidade da vida humana é o outro aspecto interessante do filme. E uma cena, em especial, deixa isso evidente: quando Ryan consegue, finalmente, entrar na estação espacial em busca de oxigênio e segurança. Ela se desvencilha da roupa espacial e, em posição fetal, descansa um pouco, flutuando na ausência de gravidade (só faltou a fralda, que os astronautas usam por baixo da roupa, mas acho que o diretor não quis tocar no “assunto”). Alguns cabos dão a impressão de ser um cordão umbilical, compondo o “cenário uterino”. E isso me fez pensar: Se, para manter um ser humano vivo, no espaço, é necessário todo um aparato tecnológico inteligentemente projetado para controlar temperatura, pressão, níveis de oxigênio, etc., etc., etc., quem teria estabelecido e regulado as condições da frágil “nave” Terra, a fim de que pudéssemos viver nela?

O DVD vale também pelos extras que não podem ficar sem ser vistos. Um curta-metragem mostra uma parte “oculta” do filme principal e um documentário sobre o problema do lixo espacial. Curiosidade: a Estação Espacial Internacional viaja a 17.500 metros por hora, o que faz com que ela dê uma volta ao redor da Terra em 90 minutos, e esse é exatamente o tempo que dura o filme.

Michelson Borges

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